sábado, 15 de setembro de 2012

Biocombustíveis




O sistema capitalista mundial tem como matriz energética o petróleo, um combustível não renovável. Alguns estudos afirmam que ele não será capaz de suprir a demanda mundial dentro de 40 anos. Diante desta constatação, a sociedade está em busca de novas fontes de energia que sejam baratas, renováveis e menos poluentes, uma vez que o mundo sofre as conseqüências do aquecimento global causado pela emissão de Dióxido de Carbono (CO2) na atmosfera.

A vantagem do uso dos biocombustíveis é a redução significativa da emissão de gases poluentes. Também é vantajoso, pois é uma fonte de energia renovável ao contrário dos combustíveis fósseis (óleo diesel, gasolina querosene, carvão mineral).

Por outro lado, a produção de biocombustíveis tem diminuído a produção de alimentos no mundo. Buscando lucros maiores, muitos agricultores preferem produzir milho, soja, canola e cana-de-açúcar para transformar em biocombustível.

Os principais biocombustíveis são: etanol (produzido a partir da cana-de-açúcar e milho), biogás (produzido a partir da biomassa), bioetanol, bioéter, biodiesel, entre outros.

A matriz energética brasileira é uma das mais limpas do mundo e, atualmente, mais de 45% da energia consumida no País provém de fontes renováveis. Nos países desenvolvidos, esse percentual beira os tímidos 13%. Estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) revelam que o Brasil deve manter a proporção de quase 50% de renováveis até 2030.

A projeção para o uso do petróleo e derivados é de queda, de 36,7%, em 2008, para 29%, em 2030. O espaço dos combustíveis fósseis será ocupado, em parte, pela cana-de-açúcar (álcool e bagaço), que já representa 16% da matriz e é a segunda maior fonte de geração de energia no Brasil depois do petróleo. Em 2030, esse número deve subir para 18%.

Para manter e até elevar a sua posição no mercado de biocombustíveis a partir de 2010, o País pretende consolidar as técnicas de produção de etanol a partir da cana-de-açúcar e de biodiesel – as mais eficientes do mundo – até o domínio de novos processos para o desenvolvimento dos considerados de segunda geração. Dentre eles, está o bagaço da cana-de-açúcar, além de outras fontes de biomassas não usadas no consumo humano.


Principal agência de fomento à ciência, tecnologia e inovação, a FINEP dá a sua contribuição para que o Brasil consiga manter-se como principal protagonista mundial na produção e utilização de combustíveis renováveis.

Para ler mais, clique no site da FINEP.

De acordo com o governo brasileiro, os dois principais biocombustíveis líquidos utilizados no Brasil são o etanol (extraído de cana-de-açúcar e utilizados nos veículos leves) e, mais recentemente, o biodiesel (produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais, utilizados principalmente em ônibus e caminhões).

Etanol

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais e o maior exportador de etanol. Atualmente, o etanol brasileiro representa a melhor e mais avançada opção para a produção sustentável de biocombustíveis em larga escala no mundo.
O País é o candidato natural a liderar a produção economicamente competitiva e a exportação mundial de etanol porque tem o menor custo de produção e o maior rendimento em litros por hectare, apresenta balanço energético inigualável e domínio tecnológico nas áreas industrial e agrícola, com possibilidade de ampliar a produção.
Em relação ao meio ambiente, o etanol reduz as emissões de gases de efeito estufa em cerca de 90% e a poluição atmosférica nos centros urbanos. Além disso, produção tem baixo consumo de fertilizantes e defensivos e apresenta níveis relativamente baixos de perdas do solo.
O Brasil utiliza o etanol como aditivo da gasolina desde a década de 1920. Oficialmente, o combustível produzido a partir da cana-de-açúcar foi adicionado à gasolina a partir de um decreto assinado em 1931.
Entretanto, somente com a criação do programa ProÁlcool, em 1975, é que o Brasil estabeleceu definitivamente a indústria do etanol combustível. Trata-se de um dos mais bem-sucedidos programas de substituição de combustíveis derivados do petróleo do mundo.
Os investimentos nos veículos flex-fuel e o fortalecimento da cadeia produtiva levaram a um grande crescimento no mercado doméstico de etanol, invertendo a tendência de queda do consumo de etanol ainda na Safra 2003/2004. Atualmente, cerca de 90% dos veículos leves licenciados no Brasil são flex-fuel. Entre 2003 e setembro de 2011, foram comercializados 14,4 milhões de veículos flex-fuel e sua participação estimada na frota total de veículos leves é de 46% (set/2011).
O etanol é produzido nas regiões Nordeste e Centro-Sul, sendo que a região Centro-Sul é responsável por, aproximadamente, 90% da produção nacional, com o estado de São Paulo responsável pela produção de 60% do biocombustível. O cultivo de cana-de-açúcar acontece a mais de 2.500 km da Floresta Amazônica e de outras áreas ecologicamente importantes como o Pantanal, por exemplo. Os outros 10% são produzidos na região litorânea do Nordeste, a igual distância da floresta.
A produção de etanol em 2010 atingiu a marca de 27,9 bilhões de litros, um grande aumento em relação ao volume de 2002/03 (12,5 bilhões de litros), antes da introdução dos veículos flex-fuel.

Biodiesel

O biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais. Estimulados por um catalisador, eles reagem quimicamente com álcool.
Existem diferentes espécies de oleaginosas no Brasil que podem ser usadas para produzir o biodiesel. Entre elas estão a mamona, dendê, canola, girassol, amendoim, soja e algodão. Matérias-primas de origem animal, como o sebo bovino e gordura suína, também são utilizadas na fabricação do biodiesel.
Esse biocombustível substitui total ou parcialmente o diesel de petróleo em motores de caminhões, tratores, automóveis e motores de máquinas que geram energia.
A mistura de biodiesel ao diesel teve início em dezembro de 2004. Em janeiro de 2008, entrou em vigor a mistura obrigatória de 2% em todo o País. Esse percentual foi ampliado sucessivamente até atingir 5% em janeiro de 2010, antecipando em três anos a meta estabelecida pela Lei nº 11.097, de 2005. O biodiesel é vendido misturado ao diesel de petróleo em mais de 30 mil postos de abastecimento espalhados pelo País.
A produção desse biocombustível saltou de 69 milhões de litros em 2006 para 2,4 bilhões de litros em 2010, tornando o Brasil o segundo maior mercado mundial, somente atrás da Alemanha, que produz e consume biodiesel há muito mais tempo.
Desde o lançamento do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, em dezembro de 2004, até o fim de 2011, o Brasil deixou de importar 7,9 bilhões de litros de diesel, o equivalente a um ganho de cerca de US$ 5,2 bilhões na balança comercial brasileira.
A comercialização do biodiesel é realizada por meio de leilões públicos, que oferecem igualdade de acesso entre fornecedores e não discriminam o porte do produtor de biodiesel, assegurando a participação da agricultura familiar.

Lenha e carvão vegetal

Atualmente as economias menos desenvolvidas no mundo ainda apresentam em suas matrizes energéticas mais de 90% de participação da lenha como fonte de energia, situação que o Brasil reverteu a partir da década de 30.
No início da década de 40 o Brasil apresentava mais de 80% de participação da lenha em sua matriz energética. Em 2010 este indicador já era de um pouco menos de 10%, substituído principalmente pelo gás liquefeito de petróleo.
Boa parte da lenha extraída no País é transformada em carvão vegetal, um produto mais nobre e com maior concentração de carbono. O Brasil é o único país do mundo que faz utilização extensiva do carvão vegetal na indústria siderúrgica. Atualmente, 34% da lenha é convertida em carvão vegetal e 28% tem uso direto na indústria, para produzir calor de processo. Outros 27% são ainda utilizados para cozinhar alimentos.

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