domingo, 30 de setembro de 2012

Reciclagem de embalagens Longa Vida

Reciclagem de embalagens Longa Vida


A embalagem cartonada (conhecida também por longa vida), criada na década de 1970, trouxe enormes benefícios à sociedade, que pode armazenar alimentos por um longo período de tempo sem que os mesmos apodrecessem. Benéfica do ponto de vista logístico – foi adotada em larga escala para armazenar toda sorte de alimentos e bebidas imagináveis -, no entanto, tornou-se um grande problema ambiental: é um composto de papel, plástico e alumínio humanamente inseparável, o que impede sua reciclagem integral.

Verdade seja dita: o papel é facilmente extraído do composto, o problema está justamente na separação do plástico e o alumínio. Os cientistas levaram décadas para, só então em 2007, descobrirem uma solução viável para a separação destes elementos: o plasma.

  Comercialmente falando, tive conhecimento da técnica de reciclagem da embalagem longa vida pelo método de Plasma em 2005, quando uma empresa do interior de São Paulo ofereceu para venda, uma parafina derivada deste processo. Na época eu estava procurando uma solução para o preço da parafina que comprava, e este material caiu no meu colo no momento certo. Foi aí que fiquei fascinada pelo processo e pela solução que dava ao problema do acúmulo de lixo...e claro, ao preço alto que pagava pela parafina.    
 

Reciclagem  
A primeira etapa do processo de separação deve iniciar de qualquer maneira na parte da remoção do papel.  A reciclagem das fibras e do plástico/alumínio que compõem a embalagem começa nas fábricas de papel, em um equipamento chamado "hidrapulper", semelhante a um liquidificador gigante.

Hidrapulper - Início do processo
Hidrapulper - Final do processo


Durante a agitação do material com água e sem produtos químicos, as fibras são hidratadas, separando-se das camadas de plástico/alumínio. Em seguida, essas fibras são lavadas e purificadas e podem ser usadas para a produção de papel utilizado na confecção de caixas de papelão, tubetes ou na produção de material gráfico.

 
Reciclagem de longa vida
Celso Monteiro
Depois de passar pelo hidrapulper, surge este material.


Uma opção em relação ao composto plástico/alumínio, é a utilização deste material reciclado por meio de processos de secagem, trituração, extrusão e injeção. Ao final, esse material é usado para produzir peças plásticas como cabos de pá, vassouras, coletores e outros.

Outro processo de reciclagem permite que o plástico com alumínio seja triturado e prensado a quente, transformando-se em uma chapa semelhante ao compensado de madeira que pode ser usada na fabricação de divisórias, móveis, pequenas peças decorativas e telhas. Esses materiais têm grande aplicação na indústria de construção civil.


O que restou da embalagem de tetrapack
Celso Monteiro
Produto final da reciclagem de embalagem longa vida

A reciclagem por plasma


Até 2007, das cerca de 160 mil toneladas descartadas anualmente, apenas 25% eram direcionadas para um processo de reciclagem parcial, que separa o papel dos demais elementos (plástico e alumínio).

O material remanescente, plástico e alumínio grudados, em sua grande maioria era destinado a aterros sanitários, sendo apenas uma pequena parte aproveitado por fábricas de telhas que o utilizava como matéria-prima.
A solução para a reciclagem da embalagem cartonada, à despeito de tudo o que já havia sido tentado, no entanto, estava incompleta. Foi então que, no ano de 2007, quatro empresas consorciadas inauguraram a primeira fábrica de reciclagem completa destas embalagens, na cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, utilizando a tecnologia do plasma.

O consórcio era formado pelas empresas TSL, de engenharia ambiental; Alcoa, produtora de alumínio; Klabin, produtora de papel, e Tetra Pak, fabricante de embalagens cartonadas.

Com investimentos da ordem de R$ 12 milhões - e sete anos de pesquisa e desenvolvimento - a capacidade de processamento da fábrica é de 8 mil toneladas de plástico e alumínio por ano, equivalente a cerca de 32 milhões de toneladas de embalagens longa vida (20% do total consumido no Brasil).

No processo de separação pelo plasma, o material remanescente da separação do papel da embalagem cartonada – o composto de plástico e alumínio – é introduzido em fardos dentro do reator de plasma térmico. Induzido pelo gás argônio, o plasma é lançado por uma tocha sobre o material por alguns poucos minutos a uma temperatura média de 15.000 °C.

As moléculas de plástico vão se quebrando em cadeias moleculares menores, evapora e condensa em uma outra câmara, na qual é retirada em forma de parafina, que é vendida para a indústria petroquímica.

O alumínio, por sua vez, é derretido pelo plasma e recuperado em lingotes (barras). A própria indústria de alumínio recompra o material e o emprega novamente em embalagens.


parafina
lingote de alumínio



A quantidade de alumínio que pode ser obtida no processo a plasma térmico é função da quantidade disponível no material na entrada, ou seja, quanto menos agressiva é a limpeza na fábrica de papel, evitando-se a quebra e o arrancamento do filme de alumínio, maiores serão os rendimentos no processo de recuperação do alumínio. Os resultados obtidos em planta piloto estão entre 15 e 20% de alumínio. A quantidade de fibra na entrada do reator também interfere no processo, sendo necessário que se tenha uma planta de extração de fibras antes do reator a plasma para eliminar o residual que não foi extraído na fábrica de papel. 


Fontes:

Celso Monteiro.  "HowStuffWorks - Como funciona a reciclagem da embalagem longa vida".  Publicado em 14 de fevereiro de 2008  (atualizado em 28 de novembro de 2008)
http://ambiente.hsw.uol.com.br/reciclagem-longa-vida1.htm  (acesso em 14 de setembro de 2012)

Site de Portugal

 Roda de reciclagem

domingo, 23 de setembro de 2012

Biocombustiveis II

O biodiesel

O biodiesel está em pauta nos meios de comunicação e são alvo de atenção das grandes empresas. Nos últimos 4 anos, muitas empresas desenvolveram processos e parcerias, para o aumento da produção de biodiesel, e consequentemente, uma grande queda nas emissões de CO2. Estima-se que o transporte rodiviário seja responsável por 74%  do total de emissão de CO2 do setor de transportes (fonte: site da Amyris).

Apenas para citar alguns exemplos, a Vale criou a empresa Vale Energia Limpa, que aposta na rota termoquímica (em parceria com o grupo europeu SGC), pensando em grandes plantas a partir de palma, como o dendê.

A empresa Amyris ocupou intensamente a mídia, fato natural sendo uma empresa que realizou seu “IPO” ao longo deste ano. A empresa foi avaliada em US$ 680 milhões e teve suas ações inicialmente negociadas a US$ 16, um pouco abaixo da expectativa. Pouco tempo depois, as ações já atingiram os valores esperados, acima de US$ 20. No Brasil, a empresa iniciou testes em veículos da frota SPTrans, na cidade de São Paulo, em parceria com a Mercedes-Benz. Resultados preliminares mostram significativa redução nas emissões. Ao longo de 2011, são previstos avanços principalmente no “scale up” do processo, ou seja, na engenharia de aumento de escala.

A LS9 é uma empresa que possui estratégia de “low profile” quando comparada à Amyris. Todavia, seu processo, que também parte do açúcar para chegar a um diesel renovável, vai ainda mais além por permitir a produção de metil ésteres utilizando a E. coli proprietária, modificada geneticamente. Essa diferença é sutil, pois, sendo metil éster, esse produto enquadra-se na tabela de especificações do biodiesel de acordo com a resolução vigente da ANP. De fato, o laboratório Greentec/UFRJ recebeu amostra da LS9 e comprovou que esse produto pode ser considerado biodiesel em todos os itens previstos pela ANP.

A empresa Ourofino, de Ribeirão Preto (SP), é outra que conseguiu grandes avanços na escala de produção de óleos a partir de açúcares (melaço) e vinhaça. O Greentec/UFRJ também recebeu amostras da Ourofino e comprovou que o biodiesel gerado atende a especificação da ANP. A grande vantagem da Ourofino é não utilizar um microorganismo geneticamente modificado – uma significativa vantagem nas barreiras de biosegurança.

Fonte: BiodieselBR

Vale a pena ler mais em O Biodiesel no Brasil

Para finalizar, vale a pena investir alguns minutos a mais no site da GreenTec

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Corrida rumo ao ácido acrílico verde

O ácido acrílico comercializado atualmente é produzido a partir da oxidação do propileno (ou propeno), uma olefina derivada do petróleo.

A principal aplicação do ácido acrílico glacial (purificado a partir do ácido acrílico) é a produção de polímeros super absorventes (SAP - Super Absorbent Polymer), utilizado posteriormente na fabricação de fraldas descartáveis e absorventes íntimos.
 A segunda maior aplicação do ácido acrílico é na produção de acrilato de butila (BA - Butyl acrylate), uma das matérias-primas mais utilizadas na fabricação de tintas, adesivos e argamassa.

Não é de se espantar, com esta informação, de que a demanda por ácido acrílico está em crescimento. E a oferta também está acompanhando a demanda, uma vez que várias empresas produtoras de ácido acrílico e acrilato de butila anunciaram expansões em suas plantas atuais, ou a construção de novas plantas. Este último é o caso da contrução da primeira planta de ácido acrílico no Brasil, anunciada pela BASF.

Em paralelo à crescente demanda de ácido acrílico e seus derivados (como o acrilato de butila), está acontencendo uma corrida rumo ao desenvolvimento da tecnologia de produção do ácido acrílico a partir de fontes renováveis, como a biomassa e o açúcar de cana.

A primeira notícia que escutei sobre o desenvolvimento de uma rota alternativa para a produção de áciso acrílico, foi em 2009, quando a empresa japonesa Nippon Shokubai anunciou estar desenvolvendo um catalisador de alta performance para a produção de acroleína, um intermadiário para a produção de ácido acrílico a partir da glicerina. A glicerina é um sub produto da produção de bio diesel, e esta tecnologia além de permitir a fabricação de uma matéria-prima importante como o ácido acrílico, poderia resolver o problema da geração de gliceria durante o processo produtivo do bio diesel. Nada mais foi anunciado após esta data.

Em 2010, para meu espanto e alegria, outro anúncio foi feito em relação ao desenvolvimento de uma rota para a produção de ácido acrílico a partir da glicerina. Desta vez, a Arkema e o seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Leste (CRDE - Centre de Recherche et de Développement de l’Est)  juntou-se a dois laboratórios universitários , um da ENSIC, a escola de engenharia química e a Universidade de Paul Verlaine, para desenvolver um processo industrial de síntese do glicerol em ácido acrílico, um projeto de 11 milhões de euros. Outro objetivo anunciado era de estabelecer um centro de know-how em químicos verdes, em particular o glicerol, disponível em larga escala na região de Lorraine, local onde se Carling, a cidade que abriga tanto a planta de ácido acrílico da Arkema e o CRDE.

 A partir de então, outras duas potências na produção de ácido acrílico e seus ésteres anunciaram projetos no mesmo tema. A primeira delas, a DOW e a OPXBio anunciaram o acordo assinado para provar, em conjunto, a viabilidade técnica e econômica para a produção em escala industrial de ácido acrílico a partir de açúcar fermentado do milho ou cana-de-açúcar, em comparação com a performance da rota a partir do petróleo.

Nesta semana, a OPXBio atualizou, num evento em São Francisco, os resultados parciais obtidos até então, na fase fermentativa. A POXBio está focada no desenvolvimento microbiológico e fermentação enquanto que a DOW fica com a conversão para o acrílico verde.  A fase de fermentação conseguiu produzir, e reproduzir em diferente laboratório, uma produção de 3.000 litros. Próximo passo é escalar o processo para 20.000 - 50.000 litros no próximo ano.
Quanto à DOW, foram investigados 10 diferentes tecnologias para demonstrar o processo mais eficiente na conversão do ácido acrílico. a empresa declarou estar apta para iniciar o envio das amostras junto aos clientes.

A segunda potência do mercado, a BASF, se juntou a um projeto iniciado em 2008 pela Novozymes e Cargill, confirme anunciado em agosto de 2012.
Este projeto inicial de 2008 está focado na produção de 3HP (3-hydroxypropionic acid ) a partir de matérias-primas renováveis. o 3HP é precursor do ácido acrílico. Com a  entrada da BASF no projeto, a conversão final do 3HP para o ácido acrílico verde vai ser finalisada. A BASF inicialmente usará o ácido acrílico verde na produção de SAP.

De acordo com um estudo realizado pela Nextant, em dezembro de 2011, as rotas emergentes mais importantes para a produção de ácido acrílico verde são a partir do:

  1. ácido lático
  2. 3HP verde (3-hydroxypropionic acid)
  3. ácido fumárico verde
  4. glicerol
 

Outras empresas que anunciaram desenvolvimento de rotas alternativa rumo ao ácido acrílico são:

Myriant - provavelmente, a partir do ácido lático, já que possui uma planta comercial da matéria-prima.

Metabolix - produtor de bio plásticos, anunciou ter iniciado embarques de ácido acrílico verde para clientes, para avaliação e aprovação de amostras. Metabolix recebeu a patente norte americana para o desenvolvimento genético de microorganismos para a produção de 3HP.

Genomatica - possui várias patentes que envolvem a produção de ácido acrílico a partir de ácido fumárico.

Quem vai vencer esta corrida não está claro, a não ser o consumidor final, que terá a oportunidade de escolher a fralda descartável que colocará em seus filhos, ou a tinta que pintará sua casa. Acredito que a médio - longo prazo, os preços dos produtos verdes poderão competir igualmente com os convencionais.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Estados Unidos aumentam volume de biodiesel obrigatório


Estados Unidos aumentam volume de biodiesel obrigatório por lei


EPA (Environmental Protection Agency) é o orgão norte americo responsável por desenvolver e implementar regras para garantir que a distribuição de combustíveis nos Estados Unidos tenha um volume mínimo de combustíveis renováveis.

O programa RFS (Renewable Fuel Standard) foi desenvolvido em colaboração com refinarias, produtores de combustíveis renováveis e outros interessados.

Na sexta-feira (14), o governo dos Estados Unidos anunciou que vai aumentar o volume obrigatório de mistura de biodiesel determinado pelo Renewable Fuel Standard (RFS). O volume definido para 2013 é de 1,28 bilhões de galões de combustíveis renováveis, 28% acima do volume definido para 2012.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Plásticos biodegradáveis

Plásticos biodegradáveis

Sem petróleo na composição, os bioplásticos levam apenas algumas semanas para se degradar e já são comuns em embalagens




Impulsionadas pelos preços do petróleo e pela crescente consciência ecológica, as
pesquisas com plásticos obtidos de matérias-primas vegetais ganham espaço. "Além de dispensar o petróleo, o bioplástico se degrada rapidamente", explica João Carlos de Godoy, diretor de tecnologia e inovação da
Biomater, empresa de materiais biodegradáveis.

Enquanto o produto tradicional demora até 500 anos para desaparecer na natureza, o bioplástico leva 18 semanas. Desenvolvido em parceria com a Unicamp, a Universidade Federal de São Carlos e a USP de São Carlos, o bioplástico pode ser manipulado no mesmo maquinário que a versão convencional, o que facilita a adoção pela indústria. "Estamos pesquisando usos na construção civil em aplicações como telas de proteção de fachada", diz João Carlos.

Atualmente, as empresas do setor estudam sistemas de certificação e rastreabilidade (para identificar os responsáveis caso o produto não se biodegrade no tempo prometido), além de um logotipo que identifique o bioplástico para facilitar sua separação nas recicladoras. Mas o maior empecilho ainda é o preço entre o dobro e o triplo do plástico de petróleo.
Em geral, os plásticos biodegradáveis são derivados de produtos vegetais e animais, tais como a celulose, amido, chitina, etc., que ocorrem em grande abundância na natureza. O uso em escala destes substituem as resinas de fontes não renováveis, como os de petróleo, de gás natural e do carvão.Os plásticos biodegradáveis decompõem-se em seus componentes mais simples pela atividade dos microorganismos ao entrar em contato com o solo, com a umidade, com o ar e com a luz solar, ao contrário do que ocorre com as resinas petroquímicas, que persistem em permanecer por muito tempo e longo período sem sofrer alteração.Atualmente, os plásticos biodegradáveis têm um custo nominal em média 5 vezes mais caro comparado com aqueles convencionais.
Mas se agregarmos todos os custos, os impactos e danos causados pelos plásticos tradicionais, os biodegradáveis assumem posições economicamente favoráveis. Neste momento, existem diversas versões destes materiais desenvolvidos pelos grandes detentores de resinas, bem como a sua respectiva arte tecnológica. Inúmeras outras alternativas estão em desenvolvimento nos centros de pesquisas acadêmicas e aplicadas no mundo inteiro.A aceitação e a demanda por plásticos biodegradáveis depende mais de fatores como consciência ecológica, legislativos e vontade política do que de fatores de custos, tendo em vista as vantagens/benefícios ecológicos, técnicos e econômicos.

A maioria dos plásticos produzidos no mundo são sintéticos, compostos derivados de petróleo e demoram de 200-400 anos ou mais para se degradarem. No Brasil a produção é de 4,2 milhões de toneladas por ano.
O problema maior dessa grande demanda é que estudos mostram que somente 15% dos plásticos de uso comum são reciclados, devido à dificuldade para separar a grande diversidade existente, custos de lavagem, contaminação de água/tratamento de efluentes, elevados custos de logística para transporte e manuseio desses materiais.
As pesquisas iniciais na busca de materiais biodegradáveis começaram há muito tempo. Vários produtos estão no mercado há mais de uma década. Recentemente a biotecnologia demonstrou  grandes avanços na obtenção e produção de materiais plásticos biodegradáveis/compostáveis provenientes de fontes agrícolas renováveis.


Técnicas em biotecnologia incluindo fermentação, microbiologia, polimerização, nanotecnologia, modificação de óleos vegetais, amidos, celulose, combinadas com a química tradicional baseada em produtos naturais e a síntese de polímeros estão possibilitando a inserção no mercado de diversos novos materiais termoplásticos e compósitos naturais como alternativas economicamente viáveis aos materiais provenientes de recursos fosseis não renováveis, como os derivados de petróleo, quando observado a analise ciclo de vida desses materiais e seus impactos ambientais.

 Um exemplo, é a empresa norte-americana Nature Works LLC, que é uma empresa independente criada inicialmente  como investimento entre Cargill e PTT Global Chemical. A nature Works desenvolveu uma bio-resina a partir de plantas, chamada Ingeo. Esta resina é utilizada como matéria-prima para a produção de bio-plásticos ou plásticos biodegradáveis.

 Como é produzido


Neste panorama, o "plástico biodegradável", aparece como uma tecnologia emergente e uma grande alternativa para a agricultura, para a indústria e o meio ambiente, tem sido alvo de atenções como um material polimérico que não sobrecarrega o meio ambiente. Também por sua natureza de se harmonizar com os organismos, tem gerado expectativas por novos desdobramentos na área de biologia e medicina, no papel de material funcional orgânico (biomaterial).

A indústria de bioplásticos, a nível mundial, assinou um acordo unilateral de “não utilização de transgênicos”, ou seja, fontes agrícolas geneticamente modificadas (GMO) como matérias-primas para obtenção de biopolímeros e derivados.

Numa época em que ocorre o aquecimento global do planeta, a exaustão dos recursos fósseis se aproxima, ou seja, uma deterioração do ambiente terrestre, busca-se com mais ênfase uma solução alternativa a escalada de preços dos derivados de petróleo. Entre as linhas mestras da estratégia biotecnológica, lançada recentemente, pode-se encontrar o "plástico biodegradável" como um dos itens para a utilização eficaz da biomassa. 

Muitos paises estão suportados por políticas governamentais objetivando a pesquisa e o desenvolvimento desse mercado, apoiados em legislação competente que formam a base para eficiência na utilização desses materiais. No cenário mundial aparece com destaque a Europa (Alemanha, França, Bélgica, Holanda, Áustria, Uk, Polônia e Itália) com mais de 1600 produtos comerciais certificados no mercado, o Japão e Austrália com 1200 certificados emitidos, USA e Canadá com mais de 600
Embora já exista legislação específica sobre o assunto em muitos paises, a cadeia produtiva ainda esta se organizando e o processo de criação de entidades “certificadoras” e a adoção de padrões internacionais estão ocorrendo conforme o desenvolvimento local do mercado. Concretamente existem muitos outros paises com iniciativas de ampliação de utilização e articulação da política industrial integradas ao tratamento de resíduos sólidos e programas de lixo zero.

Rótulo ambiental


A Novamont SpA, uma empresa italiana na área de bioplásticos, decidiu aplicar o Selo Ambiental AssoSCAI para divulgar as características da segunda geração Mater-Bi ® utilizada em suas sacolas de compras.
O rótulo indica claramente informações tanto sobre a origem biológica (quantidade de matérias-primas renováveis biológicos) e sobre a sua biodegradabilidade e compostabilidade. Ele também traz informações sobre reciclagem (para reduzir a possibilidade de contaminação cruzada com outros polímeros biodegradáveis), bem como a possibilidade de poupança de energia através de incineração.O consumidor é, assim, informados sobre o verdadeiro significado do termo "bioplástico", com a declaração explícita das características fundamentais que justificam a utilização do prefixo "bio".


Biodegradação


O processo de “biodegradação e compostabilidade” já são familiares a muitas pessoas como sendo a característica de substâncias naturais serem assimiladas por microrganismos presentes no solo em um ciclo natural curto até o seu desaparecimento completo.


Compostagem


Compostagem é o processo biológico de decomposição e de reciclagem da matéria orgânica contida em restos de origem animal e vegetal formando um composto.

Propicia um destino útil aos resíduos orgânicos agrícolas, industriais e domésticos.

Reciclar a matéria orgânica do resíduo é uma atitude cada vez mais valorizada pela sociedade e demonstra preocupação com as questões ambientais, além de ser a destinação mais racional no momento.



Por que compostagem?

• A compostagem é a solução para remediar os resíduos orgânicos. Sua adoção permitirá portanto o tratamento de quase 60% do lixo gerado no Brasil.

• Esta alternativa complementa a reciclagem de plásticos, papéis, vidro e etc. Não se perde o investimento já feito até o momento nas estruturas de coleta seletiva e cooperativas.

• A compostagem possibilita a continuidade da atividade produtiva das comunidades de trabalhadores (de coleta seletiva, das fábricas recicladoras) e abertura de novos postos de trabalho nas centrais de compostagem.

• O produto da compostagem – adubo de primeira qualidade – pode ser utilizado em jardins, hortas, substrato para plantas e na adubação de solo para produção agrícola em geral.

• Crédito de Carbono: Existe trabalho aprovado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas em crédito de carbono em centrais de compostagem.

• No processo de decomposição em compostagem, por ser aeróbico não ocorre a formação do GEE

• REVALORIZAÇÃO e APROVEITAMENTO agrícola da Matéria Orgânica.


Ciclo de Vida


De acordo com a norma internacional, sob condições controladas, em até 180 dias os plásticos biodegradáveis compostáveis se tornarão gás carbônico, água e biomassa (húmus). Portanto o que foi produzido na compostagem dos resíduos servirá agora de recurso para a produção de sua matéria prima, pois para que uma planta cresça e se desenvolva, é necessário basicamente, de terra rica em nutrientes, além de água e gás carbônico para realização do processo de fotossíntese (12 H2O + 6 CO2 → 6 O2 + 6 H2O + C6H12O6), evitando o aumento da concentração de CO2 na atmosfera terrestre e consequentemente do aumento do aquecimento global.

Há varias razões para apoiar a inovação dos polímeros biodegradáveis e compostáveis, aspectos ambientais estão no topo da lista. Vários estudos de ACV (Análise do Ciclo de Vida) têm documentado uma economia significativa no consumo de energia fóssil e consideráveis reduções nas emissões de CO2 para os diferentes tipos de produtos biodegradáveis e compostáveis.



Fontes:

http://bioplasticnews.blogspot.com.br/2010/01/novamont-coloca-rotulo-ambiental-em.html
http://www.biomater.com.br/pt/
http://www.abicom.com.br/artigos/3/plasticos_biodegradaveis_-_o_que_sao
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_296387.shtml

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Cosméticos naturais



Cosméticos naturais

A pele é o maior órgão do corpo humano. Esta camada altamente vascularizada que, além de proteger o nosso corpo, é o veículo das sensações de prazer e dor e o regulador da nossa temperatura. Portanto, é uma inteligente membrana permeável. Muitas terapias naturais, como a massoterapia, a ayurveda, entre outras, aproveitam este caminho para a aplicação dos medicamentos e óleos. Todo tipo de medicamento em creme e cosméticos que aplicamos sobre a pela entram em nosso corpo. Por esta razão devemos sempre cuidar muito bem daquilo que passamos em nossa pele. É bem possível, ainda, que estejam entrando mais toxinas e venenos na sua corrente sanguínea através da  pele do que através do alimentos que ingere. 

É por isso existem muitas pessoas atualmente que procuram por cosméticos naturais. Muitas pessoas têm problemas com certas toxinas, como mal estar, alergias, pele avermelhada e outros problemas mais severos.

Cosméticos naturais são aqueles que possuem alta concentração de ingredientes orgânicos / naturais em sua fórmula. Algumas fórmulas são baseadas em polímeros sintéticos em conjunto com outro ingrediente natural para aumentar a performance, porém ainda não existem alternativas naturais para substituir alguns ingredientes sintéticos.

O grau de dificuldade em ter produtos apenas com ingredientes naturais aumenta na escala das categorias de produto a seguir:

Coloração
Hair Styling
Maquiagem
Anti-transpirantes e desodorantes
Proteção solar

Produtos de higiene pessoal
Oral care
Condicionadores Skin care (leave-on)

Por exemplo, é mais difícil incluir ingredientes naturais na fórmula de produtos de proteção solar com alto fator de proteção e alto UVA, pois são sintéticos e difíceis de combinar com ingredientes naturais. Já os produtos de higiene com ingredientes naturais aumentaram devido ao aumento do número de ingredientes tensioativos verdes e por terem se tornado mais acessíveis.

A maioria das maquiagens e dos cosméticos são feitos com químicos e substancias artificiais. Enquanto os testes dizem que são inofensivas, o fato é que uma parte dos químicos é absorvida no corpo e ao longo do tempo contribui para níveis de toxicidade do corpo humano. O seu corpo já tem muitas toxinas para eliminar… porque dar mais toxinas ao corpo e aumentar a carga no metabolismo?

Há uma outra definição de que os cosméticos naturais não contém chumbo, nano particulas e metais pesados. Os cosméticos naturais também não tem químicos petrolíferos e fragrâncias artificiais. Os cosméticos naturais usam pigmentos naturais em vez de materiais sintéticos. Em vez de utilizarem produtos químicos para ter a consistência os cosméticos naturais utilizam cera e outras substâncias criadas a partir de extratos de plantas. Os cosméticos naturais utilizam minerais em vez de nano particulas toxicas para filtrar e bloquear os raios ultra violeta do sol.

A natureza tem muitos recursos que pode ser utilizados de uma forma pura ou derivada sem ter nenhuns efeitos secundários nas pessoas. Os fabricantes e lojas de cosméticos naturais utilizam estes produtos em vez de utilizar químicos prejudiciais à saúde. Os cosméticos naturais são extratos de ervas orgânicos, óleos extraídos de plantas, sementes, folhas e ceras naturais. Estas substâncias naturais criam os melhores tonificantes, hidratantes, exfoliantes e protetores solares. Mesmo com uma pele sensível as pessoas podem usar estes cosméticos naturais sem ter efeitos secundários.

Os cosméticos naturais contém ingredientes como o babosa (aloe vera), pepino, mel, limão, uvas, leite e outros produtos naturais. Os minerais como o dióxido de titânio, oxido de ferro, mica e sílica são muito utilizados em cosméticos naturais.
Recentemente muitos fabricantes de cosméticos naturais evitam o uso de glúten que é encontrado no trigo e em alguns cereais, que é utilizado como elemento ligador em batons e cosméticos faciais.

Os cosméticos naturais tem o seu nome porque são fabricados a partir de ingredientes naturais. As pesquisas mostram que mesmo que o organismo absorva estes elementos, eles são inofensivos e não aumentam os níveis de toxinas. Em alguns casos estes cosméticos naturais até podem ser benéficos.

Os diversos tipos de cosméticos naturais apresentam diferentes níveis de ingredientes sintéticos e naturais em sua composição

ento Fonte: Kline
 
Por fim, podemos utilizar a tabela abaixo como a melhor definição em relação aos cosméticos comuns, naturais e orgânicos.


Tensoativo Verde

Alkyl Polyglucosides (APG)/Coco Glucoside ou glicosídeo de coco
 Coco glucoside
Alkyl Polyglucosides (APG)  ou Coco Glucoside, são chamados de nova geração de surfactantes ambientalmente  amigável. Não foram produzidos em escala comercial até a década de noventa no mundo. APGs classificam-se como surfactantes não iônicos. As matérias-primas do APG baseiam-se no álcool graxo de coco ou de palma e glicose de milho. Assim, APGs são totalmente biodegradáveis. Devido à sua não-toxicidade, não-irritação e muitas performances de superfície excelente ativo, APGs são amplamente utilizados na fabricação de detergentes, cosméticos, alimentos e medicamentos.

Muitas empresas fabricantes de cosméticos utilizam tensoativos verdes em sua formulação, como Sejaa, Weleda, Essencial Care, L' Occitane, Miessence, Vita Derm.

Outras empresas fabricam cosméticos orgânicos, como Sachi, Reserva Folio, Surya Brasil e Juruá.

 
Mercado em Expansão
O Brasil ocupa o terceiro lugar mundial no mercado de cosméticos orgânicos e estima-se que até o fim de 2012 ainda ocorra um crescimento de 7,4% no setor, segundo o ranking Euromonitor Internacional. Esses dados mostram que os brasileiros estão cada vez mais preocupados com a preservação do ambiente, optando por produtos naturais e menos prejudiciais à natureza.
De acordo com o coordenador do Projeto Organics Brasil, Ming Liu, os produtos orgânicos que mais agradam são os de uso diário, como cremes para o corpo, sabonetes, shampoos e hidratantes. Por não possuírem resíduos químicos, como a maior parte dos produtos de beleza, os cosméticos orgânicos não causam alergia ou irritações na pele. "As substâncias naturais, quando utilizadas diariamente, contribuem de maneira significativa com a sustentabilidade", analisou o especialista.
Segundo Ming Liu, o consumidor de produtos orgânicos tem o hábito de ler rótulos, conhece as novidades e tendências do mercado e é mais exigente e atento ao bem-estar de sua família. "Quem compra cosmético orgânico é uma pessoa preocupada com o meio ambiente e menos propensa a levar em consideração apenas o custo no momento de adquirir o produto. De um modo geral, as mulheres representam a maioria destes consumidores", revelou o especialista.

Preocupação com o meio ambiente

A extração dos componentes para a produção dos produtos orgânicos é feita de maneira consciente. A fabricação dos cosméticos orgânicos respeita as limitações de sua região produtora e a forma como se extrai a matéria-prima. "Atualmente, as empresas de orgânicos têm feito uma autofiscalização, principalmente com produtos da região amazônica. O objetivo é fortalecer a importância de preservarmos a natureza e ao mesmo tempo criar produtos de qualidade", explicou o especialista.
Muitos produtos possuem em sua composição ingredientes extraídos da Floresta Amazônica, como frutas exóticas e sementes. Atualmente os mais utilizados na fabricação de cosméticos são:
  • Açaí: possui propriedades antioxidantes e alto teor de Ômegas 3 e 6. É aplicado na produção de revitalizantes, shampoos e cremes.
  • Andiroba e Copaíba: considerados bactericidas naturais, possuem alto poder repelente de insetos e são aplicados em cremes e gels.
  • Murumuru e Cupuaçu: têm alto poder de hidratação e são utilizados na produção de shampoos.
  • Buriti: rico em vitamina A, é utilizado como creme antirrugas ou protetor solar.
  • Castanhas e argila do solo amazônico: ricos em minerais, são utilizados na fabricação de hidratantes corporais.
  • Maracujá: possui fortes propriedades umidificantes e por isso é muito aplicado em hidratantes naturais.

No Brasil, é possível encontrar cosméticos orgânicos em algumas lojas de produtos naturais e redes de supermercado. Já no exterior, as grandes lojas já oferecem esse tipo de mercadoria junto com a linha convencional de cosméticos e perfumaria.

Um recente estudo divulgado no site do Sebrae concluiu que mais de 90% dos consumidores brasileiros buscam ingredientes naturais quando vão comprar cosméticos e mais de 80% deles procuram selos éticos e ambientais e querem saber a origem desses componentes. O levantamento Barômetro de Biodiversidade, divulgado em São Paulo, mostra que os brasileiros são os que mais se preocupam com essas questões na hora de adquirir itens como cremes ou xampus.
 
Para finalizar, o evento 2nd South America Surfactants HPC Markets vai acontecer em São Paulo, entre 28-29 Nov, 2012, no Hotel Pullman Sao Paulo -  Ibirapuera

Abaixo os pontos a serem discutidos.

  • Global raw materials trends and outlook
  • Balancing sustainability initiative and managing rising raw materials cost
  • Trends and market demand for Home & Personal care products
  • Focus : Brazil, Argentina, Chile, Bolivia & Peru
  • Latest product innovations & challenges
  • End-users' perspectives and sourcing strategies


Outras Fontes:

sábado, 15 de setembro de 2012

Biocombustíveis Celulósicos


Biocombustíveis Celulósicos


De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o ano de 2011 se encerrou com prognósticos nada favoráveis à implementação mundial em larga escala de biocombustíveis obtidos por processos tecnológicos disruptivos ou matérias-primas de usos menos nobres, os chamados biocombustíveis avançados.

No âmbito internacional, os Estados Unidos, país que possui as metas mais ambiciosas para este segmento, revisaram, por meio de uma nota da EPA (
Environmental Protection Agency), as previsões de produção para o etanol lignocelulósico em 2012, o principal combustível de segunda geração proposto no EISA. Os volumes de combustíveis renováveis avançados esperados para 2012 seguem sem otimismos: do 1,9 bilhão de litros projetados, estima-se uma produção em torno somente de 32 milhões, apenas quatro milhões de litros a mais do que o produzido em 2011.

No Brasil, embora a grande disponibilidade de matéria-prima represente uma oportunidade para o desenvolvimento de combustíveis celulósicos, poucos foram os investimentos nessas tecnologias no último ano. Destacam-se as iniciativas de empresas como o CTC e a Novozymes, que planejam tornar o etanol produzido a partir do bagaço de cana viável industrial e economicamente dentro de alguns anos, além do edital do Plano Conjunto BNDES-FINEP de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico – PAISS, lançado em 2011, que prevê o desembolso de até um bilhão de reais para o desenvolvimento do setor.
Estima-se que, com essa iniciativa governamental, o cenário atual mude e essas
tecnologias tornem-se comercialmente viáveis no médio prazo.

Um estudo realizado pelo BNDES, procurou mapear e avaliar as principais iniciativas do
governo brasileiro no que diz respeito a PD&I de biocombustíveis celulósicos, ou de
segunda geração, sempre tendo como pano de fundo a comparação com os principais esforços em andamento nos EUA e na União Européia (UE).

Pela sua compatibilidade com o sistema veicular atual, os biocombustíveis apresentam significativo potencial no combate ao aquecimento global. Contudo, para que os efeitos positivos gerados na redução dos GEE (gases de efeito etufa) não sejam compensados por possíveis impactos negativos, como a maior pressão sobre a cobertura florestal nativa ou mesmo o aumento do preço dos alimentos, é necessário que novas técnicas sejam desenvolvidas para que se aumente a eficiência da produção dos biocombustíveis.

Em razão disso, está em curso uma corrida tecnológica internacional para o desenvolvimento de novas rotas de conversão mais produtivas e, assim, poupadoras de recursos naturais. Dentre tais rotas, destacam-se aquelas capazes de utilizar resíduos lignocelulósicos para produção de etanol e aquelas que geram combustíveis com maior conteúdo energético
a partir das matérias-primas correntemente utilizadas.
Os EUA e a UE sobressaem pela enorme alocação de investimento público para o desenvolvimento dessas novas tecnologias. Ao todo, estima-se que, entre 2000 e 2013, os programas europeus e norte-americanos destinarão cerca de US$ 5 bilhoes para PD&I em biocombustíveis. Os resultados alcancados até o momento, contudo, são pouco significativos, pois das 18 plantas em operacao em ambas as regiões, apenas uma pode ser considerada
em escala acima da piloto.


O Brasil, por outro lado, apresenta orçamento bem mais tímido e, além disso, sua capacidade de coordenar a aplicação dos recursos necessita de aprimoramento. Apesar disso, ao contrário dos EUA e da UE e em razão da produtividade agrícola da cana-de-açúcar, o país não tem como desafio a identificação de uma biomassa economicamente competitiva, exigindo menor monta de investimentos. A rede de postos de servicos e a cultura
de uso do etanol são outros pontos favoráveis ao país.
A análise comparada da atual corrida tecnológica mostra que, superadas suas principais fraquezas, o esforço brasileiro pode ser mais bem-sucedido. Dadas as vantagens oferecidas pela biomassa da cana-de-açúcar, esse esforço pode ultrapassar os programas europeus e norte-americanos que, apesar do considerável volume de recursos investidos, ainda tem pouco a comemorar quanto às tecnologias efetivamente desenvolvidas.

Enfim, como este estudo procurou demonstrar, por meio de um programa de fomento coordenado, o Brasil tem mais chances de desenvolver o etanol de segunda geração e ainda avancar em outras três vertentes: o uso da cana-de-açúcar como matéria-prima para produtos de maior valor agregado; a valorizacao dos subprodutos da cana, especialmente a palha e o bagaço; e o desenvolvimento de novas aplicações para o etanol, como insumo para indústrias e processos.



Fonte: BNDES
A corrida tecnológica pelos biocombustíveis de segunda geração: uma perspectiva comparada
Diego Nyko
Jorge Luiz Faria Garcia
Artur Yabe Milanez
Fabricio Brollo Dunham